Peditórios

Com o Natal chegam os inúmeros stands de associações, estrategicamente erguidos nos centros comerciais, e com eles as centenas de pedidos de contribuição para esta ou aquela causa. Ora, eu tenho por hábito respeitar todas as pessoas e não me lembro de sequer um dia ter virado a cara ou tivesse respondido incorrectamente a alguém que me interpelasse num desses centros! Desde que me associei ao Projecto Artémis, ainda fiquei mais sensível a este respeito e, para meu grande mal ou infortúnio da minha carteira, não posso ajudar tanto quanto queria.
A verdade é que eu normalmente contribuo sempre nestas causas e para estas associações, até porque em breve também faço contas de estar do outro lado do stand a representar orgulhosamente a minha bonita ASSOCIAÇÃO ARTÉMIS. Acontece que, parece que virou moda pedir uns "simbólicos" 5 euros de donativo para levar uma caixinha, um bonequinho ou seja o que for em troca, impedindo que qualquer pessoa que queira apenas dar uma pequena ajuda o possa fazer. Como já tinha dito, não tenho por hábito ser mal educada nem tão pouco virar as costas a estas voluntárias que fazem este trabalho. Mas, ontem, meus amigos...
Ia eu descansadinha nó Fórum Montijo quando uma dessas meninas, de uma Associação que nem me recordo o nome, me perguntou se eu tinha um minuto. Respondi-lhe que sim e limitei-me a escutá-la... Era uma associação que apoiava crianças e estava a vender umas caixas por 5 euros ( bla bla bla)... Deixei-a terminar e, educadamente, disse-lhe que entendia perfeitamente pois também eu representava uma Associação (falei-lhe da Artémis mas ela não conhecia) e no final disse-lhe que 5 euros eram uma quantia alta, mas que se eu pudesse contribuir com algum valor simbólico, seria um prazer. Ela respondeu-me prontamente que não podia ser. Ou 5 euros ou nada. Ok, eu agradeci e segui caminho. Ora, quando me estou a ir embora, ouço a fulana (COM QUEM EU TINHA SIDO BASTANTE SIMPÁTICA) a dizer à outra colega a seguinte pérola: "Olha-me esta, não tem 5 euros mas anda nas compras!" Bem, meus queridos, saltou-me a tampaaaaaaaaaa!!! Em primeiro lugar: Não andava às compras por vontade própria!!!! Andava sim desesperada a ver se encontrava alguma coisa para um baptizado que o meu querido namorado fez questão de me avisar ONTEM!!!! Em segundo lugar: Mesmo que eu andasse às compras, ela não tinha nada a ver com isso! Em terceiro lugar: Se quis contribuir simbólicamente e não me foi dada essa oportunidade, quem é ela para me censurar???? Sinceramente, voltei-me para trás, mostrei-lhe a minha pior cara e só fui capaz de pensar para mim, no quanto esta gente não regula! A mim ensinaram-me que 10 pessoas que dêm um euro, fazem 10 euros! Ou será que uma a dar 10 euros é mais importante?! Fiquei triste! Aquela parvalhona conseguiu deixar-me mal disposta e sabem o que é pior? É que as criançinhas daquela associação, como tantas outras, não têm culpa! Se eu pudesse, amigos... Se eu pudesse dava tudo! E olhem que só há pouco tempo é que percebi que sózinha não vou poder mudar o mundo... Mas posso mudar o mundo de alguém, verdade?

Aos 25 anos... Parte III

... À medida que íamos saindo dali, eu sentia uma sensação de "missão cumprida" juntamente com um arrepio na espinha, que discretamente me dizia que lá do alto alguém me observava com orgulho. Esse alguém era a minha avó, tenho a certeza, feliz por finalmente eu ter conhecido o grande amor da vida dela.
O meu tio voltou a levar-me pelo braço, desta vez no caminho inverso, aproveitando para me mostrar a quinta. Havia um pouco de tudo lá semeado: cebolas, batatas, cenouras, feijão verde. Numa outra parte havia um espaço com patos e galinhas e , ao fundo, uma mini adega onde o meu avô se diverte a fazer vinho. O João provou um golo fugidio mas, ao que parece, ainda não estava no ponto e tinha de continuar em maturação. Tal como a minha relação de neta com este novo avô...
Antes de chegarmos ao carro, reparei que havia uma caixa coberta de maçarocas de milho e não hesitei em levar uma de recordação. Estava feliz mas por esta altura começava a ficar nervosa com o encontro do meu avô com o meu pai, 50 anos depois... Só conseguia pensar no que é que um pai diz a um filho que não conheceu, com quem não privou, que não viu crescer, que não o levou pela mão nas primeiras brincadeiras... Apressei-me a fazer um telefonema. «Pai, já conheci o avô... É tão parecido contigo!" disse-lhe com carinho. Do outro lado, a sua voz insegura antecedia um dos momentos mais ternos que me lembro de presenciar.
Ajudei a minha tia a preparar o jantar e assim que os meus pais chegaram, o meu tio levantou-se para ir buscar o meu avô à quinta. Estava quase... Estava quase... O meu pai tinha um ar nervoso mas com a calma que sempre lhe conheci. Estávamos todos na sala quando o meu tio chegou com o meu avô pelo braço. O meu pai levanta-se e abraçam-se os dois. ( Como estava ao pé da lareira acho que nesta altura uma fagulha tinha entrado no meu olho) Foi bonito.... Foi intenso... Foi autêntico...Foi um reencontro que já devia ter acontecido há tempo demais mas que só ganhou forma depois de 53 anos de vida. Jantámos harmoniosamente e com uma grande alegria. Fiz questão que o meu avô se sentasse a meu lado e na frente do meu pai. As conversas iam seguindo sem rumo, muitas vezes os assuntos não surgiam (valia o meu outro avô que, como bom alentejano, arranjava sempre um assunto do passado para reflectir) e eu divertia-me a observar o meu novo avô, registando fotograficamente cada traço, cada ruga, cada detalhe.... Quando terminámos, voltámos para a sala. O meu pai e o meu avô sentaram-se lado a lado no sofá e, estrategicamente, acabámos por deixá-los sózinhos. A conversa entre os dois estava travada há mais de 50 anos e ambos pensaram que não haveriam de estragar aquele momento com culpas, desculpas e porquês. Compreendi. Aliás, tratando-se do meu pai não esperava algo diferente. O resto do serão foi passado à lareira com o meu avô a recordar histórias que, para nós, eram completamente novas. O mais engraçado era constatar que em cada episódio, já tinha ouvido algo semelhante contado pelo meu pai! Tal pai, tal filho! Definitivamente!
Foi um dia inesquecível! Foi um dia que vou guardar para sempre no meu coração. Foi o dia em que conheci o meu avô com a sensação profunda de que o conheci desde sempre.
FIM

Aos 25 anos... Parte II

... No dia do aniversário da minha mãe, dia 22 de Novembro, lá fui eu, levada pelo meu tio e seguida bem de perto pelo João, pela minha tia e pelo meu avô materno até junto do meu novo avô. Estava a trabalhar na quinta e tudo o que eu conseguia ver, à medida que ia caminhando, era um monte de silvas. Soube depois que o meu avô pensava que eu só iria no Domingo e que não estava preparado para me ver. Nem eu, confesso! Uns metros antes do sítio onde o ia conhecer começaram a faltar-me as forças nas pernas e desatei num choro compulsivo. Só conseguia pensar no que é que lhe ia dizer... Acalmei-me e avancei. Assim que o vi, arrepiei-me da cabeça aos pés. Era igualzinho ao meu pai! Ou melhor, o meu pai é igualzinho a ele! Sorri e com os olhos carregados de lágrimas soltei um tímido «Olá avô...» Ele abraça-me, dei-lhe dois beijos e não consegui dizer nada por uns largos segundos. À minha volta conseguia olhar para os meus tios, para o João e para o meu outro avô, todos com as lágrimas nos olhos... E eu ia tentando limpar as minhas, inutilmente. Foi uma grande emoção. Fiquei muito tempo a mirar-lhe os traços. As sobrancelhas dispostas de forma igual às do meu pai, os mesmos olhos grandes ( embora não fossem azuis), as mãos com os dedos grossos, o cabelo grisalho... O meu avô era como eu tinha imaginado. Assim que consegui compor-me, disse-lhe que ele tinha outra neta, que não tinha conseguido vir, mas que lhe tinha mandado um grande beijo. «É professora, avô!», disse-lhe eu, para logo de seguida informá-lo de que eu era jornalista! Sorrimos...
Quando ele conheceu o João, achou piada ao facto de ser um João e uma Joana, notei-lhe um ar enternecido. O meu outro avô apressou-se a chamar-lhe compadre e cumprimentou-o com um forte aperto de mão. Eu sentia-me ali mas sem estar... Foi estranho.
Depois de quebrado o gelo inicial, o meu avô disse-me que guardava duas fotografias, uma minha e outra da minha irmã, com ele. Eu devia ter uns 9 anos e ela uns 13. Estávamos diferentes... Apressou-se a dizer-me que queria esquecer o passado e que a vida era feita de encontros e desencontros. Quase como se estivesse a desculpar-se. Naquela altura todas as explicações deixavam de fazer sentido! Disse-lhe que a partir de agora dependia de nós mantermos contacto. Disse-lhe que ele tinha de ir a Setúbal e que tinhamos muito gosto em recebê-lo. Sem hesitar, fitou-me e apressou-se logo a dizer que ia para o casamento! Ahahah! ( Por esta altura, eu e o joão pareciamos uns tomates!) Voltámos a rir em sintonia. O tempo passou a correr... Aquele cenário de silvas, onde se deu o reencontro, quase que parecia uma restrospecção das nossas vidas! O terreno precisava de ser limpo para que se começassem a colher e semear carinhos...
Fizemos-lhe o convite para que fosse jantar a casa dos meus tios, já que era o aniversário da minha mãe, e o meu pai estaria lá. Nem pestanejou e disse logo que ia. Estava contente, o velhote! Os olhos bilhavam com aquele brilho que, até à altura, só conhecia no meu pai. Passados 50 anos, os dois iam ver-se!
( Continua... )

Aos 25 anos...

...Conheci o meu avô!
Fechem-se as bocas de espanto que estas histórias não acontecem só na televisão. A da minha família é bem real. Cinquenta anos depois, no mesmo dia em que conheci o meu avô, ele e o meu pai abraçaram-se como pai e filho. A emoção foi gigante... Não me lembro de ter sentido o coração tão enternecido como naquele momento. Não me lembro de ter sido assaltada por tantos sentimentos ao mesmo tempo. Cheguei a pensar que não ia aguentar tanta emoção.Mas aguentei! Esta é uma história bem longa que vou tentar resumir...
A minha avó apaixonou-se pelo meu avô. Ela era pobre e ele de famílias abastadas. Por "pressões" da família ele acabou por acobardar-se e abandonou a minha avó, grávida do meu pai. O meu pai nasceu, os dois, viram-se duas ou três vezes, era ele muito pequeno (talvez tivesse uns 4 ou 5 anos). Aos 13 anos, o meu pai veio trabalhar para Setúbal e nunca mais se encontraram.
O meu avô diz que foi à procura dele mas não o encontrou e uns anos mais tarde (tinha eu uns 8 anos) fomos ver o irmão do meu pai à quinta onde o meu avô mora. Na altura, ele não teve coragem de lá ir conhecer-nos e nós também não fomos até junto dele.
Da união entre a minha avó e o meu avô nasceu o meu pai mas da união dele com a senhora que se tornou sua mulher nasceram mais dois filhos: os meus tios. Com eles fomos mantendo contacto, embora pouco. A vida foi passando... Sempre soube desta história mas, como na altura em que a minha avó ficou grávida do meu pai, um senhor ficou com ela e amou o meu pai como se fosse filho, foi a esse senhor que eu e a minha irmã chamamos avô a vida toda e nunca senti essa "verdadeira" falta.
Quis o destino que em Fevereiro deste ano eu fosse com o João à Holanda. Como a minha tia/madrinha (irmã do meu pai) vive lá, resolvi que havia de ir vê-la. E fui! Desde aí voltámos a ficar mais próximos... No Verão, a minha madrinha veio passar férias a Portugal e o meu outro tio e a mulher vieram também visitar-nos ( o meu pai e este irmão não se viam há mais de 10 anos!). Aos poucos, começou a surgir o assunto de conhecer o meu avô.... Comecei a ficar curiosa, confesso. Comecei a ter uma vontade que nunca tinha tido antes, comecei a sentir que o meu pai ficava feliz com esta aproximação e decidi que havia de quebrar com este afastamento de anos. Como a minha tia fazia anos a dia 21 de Novembro e a minha mãe a 22, resolvemos que esta seria a data ideal para nos juntarmos todos, festejarmos os aniversários e, se eu quisesse, iria conhecer o meu avô. Assim foi....


(Continua...)

Vou ser bem sincera...

... Eu e o Natal não estamos em sintonia. Aliás, acho que nunca estivémos mas, neste ano em particular, não me sinto tocada por um espírito que há muito perdeu o seu propósito. Ontem, sentada à mesa, conversava com o meu avô e os seus quase 80 anos de vivências fizeram-me perceber que realmente a evolução das coisas é algo de extraordinário.
"Antes, no Natal era quando se comia melhor, porque havia carne na mesa, uns enchidos e às vezes até um doce, porque no resto do ano comia-se uma sardinha para três, sopas de cavalo cansado(...) e essa história das prendas, quais prendas! A melhor prenda era comer melhor!" refilava o meu avô. Tem razão... Mas a verdade é que hoje as coisas são diferentes.
Eu decidi que este ano não vou oferecer prendas a ninguém, pelo menos dessas ,comercialmente falando. Tenho intenções de fazê-las eu própria e de presentear os meus queridos familiares com o meu amor e carinho. Não quero andar na azáfama dos centros comerciais, não me apetece viver o Natal dessa maneira... Não me apetece! Não quero! Além disso estou a juntar dinheiro para a casa com o João e vamos passar a ter muitas despesas a partir de Janeiro e, além disso, não tenho de dar justificações a ninguém do que faço ou deixo de fazer com o dinheiro! Depois, há algo que me anda a perturbar... No ano passado, a maior parte das prendas foram para o Tiago que não as pode abrir porque estava na barriga da minha mana. Há um ano atrás, pensava que este Natal seria uma animação com os 8 meses do meu sobrinho e novamente a maior parte das prendas para ele... Mas, ao contrário do que imaginei, não vai ser assim. E esta realidade assalta-me o coração. Junta-se a ela o facto de também a minha avózinha já não estar junto de nós e portanto... Não consigo sentir-me entusiasmada com o Natal. Ponto. Será que me compreendem? Vamos para Viseu passar o Natal com a minha mana e espero, de coração, que esta quadra me dê a paz e serenidade necessárias para desfrutar do prazer de conviver com a minha família.
Beijinhosss

Apetece-me sorrir para a vida!

Parece que 2009 vai ser O ANO! Sim, porque na minha cabeça só perspectivo coisas boas! (Vou falar de todas elas num post mais à frente)
Estou quase, quase, quase a concretizar um desejo comum... Eu e o João estamos prestes a dar um passo importante nas nossas vidas ao irmos viver juntos, já no início do ano, e nem imaginam o quanto me sinto feliz por ir partilhar o mesmo espaço com o amor da minha vida, com o meu companheiro, o meu melhor amigo, confindente.... Tudo o que sempre desejei encontrar na pessoa que um dia escolheria para partilhar a vida comigo, o João tem! (Também tem defeitos, claro! Mas desses não quero falar agora para não estragar o tom do post! hihihi) Tenho aquele sorriso tolo na cara! Estou feliz! Ah... E a entrevista só foi esta manhã! (Na sexta-feira, ligaram-lhe a desmarcar!) e correu bem! Muito bem! Vamos lá ver o que o futuro vai reservar ao meu engenheiro ;)
Beijinhoooos

Tesourinho (bemmmmm) deprimente!

Pois é caros amigos, eu tenho o dom de ser sempre a escolhida para fazer as figuras mais tristes. Não acreditam? Qualquer dia escrevo um livro sobre as minhas peripécias... (Sim porque já tenho material suficiente recolhido em 25 anos de existência!)
Estive em Leiria no passado fim de semana, num evento organizado pela minha revista, e na noite de sábado tive direito a uns choques eléctricos e a uma faca enfiada no pescoço. Ah, pois!Tudo obra de um mágico famosíssimo, conhecido por Lanydrack e as partners Fati e Solange! (Uau! Este nome artístico digno de um Luís de Matos, versão gaga!) Looolll.... Foi uma peripécia!
Na plateia, estavam os meus patrões, o meu namorado, os meus colegas de trabalho e muita gente que se riu bastante à conta da minha deprimente figurinha. Quem não estava a achar piada nenhuma aquilo era eu! Até porque os choques doíam!!!! A sério! (não sei como apanhei choques numa cadeira de madeira mas que faziam doer, garanto que faziam!)
Sobrevivi, ao contrário do que se poderia imaginar e, meus amigos, ainda tiver direito a uma pérola à la moi même. Então não é que, momentos antes de ter uma faca enfiada no pescoço, ainda fui dizer ao mágico que «tinha de trabalhar!» Realmente, já não se encontram jornalistas assim! Estou em vias de extinção! :) Foi mais um momento engraçado e mais uma aventura para mais tarde recordar e que resolvi partilhar aqui com vocês!






Nota: Reparem na roupinha do mágico, o meu sorriso amarelo e o estilo da partner!!! Ahahaha... esta menina era a Solange! A Fati estava encarregue de tratar do som! bahhhh... Que três!

Estou a torcer por ti, meu amor...

Amanhã o João vai a uma entrevista. A primeira, depois do estágio que está agora na recta final! Está nervoso, pobrezinho... Mas eu sei que vai tudo correr bem! Eu sei, eu sei, eu sei!
Estamos naquela fase da relação em que, por muito que amemos as nossas famílias, estamos ansiosos por ter o nosso cantinho. E agora está mais perto do que nunca a concretização desse sonho! Para mim, este 2008 está mais do que arrumado na prateleira e agora venham os planos de futuro, um novo ano e novos motivos de alegria! Que de tristezas já chega! Só vos vim contar esta novidade de fugida porque o trabalho é mais do que muito e eu não tenho mãos a medir!
Beijinhos
Ps: Hoje estou animada, cheia de força e cheia de garra! Uns dias em baixo, outros no alto... A vida é assim mesmo! :)

Sete meses e muita, muita saudade

Será que nos vês? Será que sabes a falta que fazes nas nossas vidas? Tenho pensado tanto em ti... Falta-me o ar quando penso que não estás, que não te conheci, que não vou poder vibrar com esta e outras datas junto da tua mamã e dos avós que queriam tanto que estivesses neste mundo. Será que nos ouves cada vez que falamos em ti, meu querido? Será que te sentes amado? Será que existe um Céu? Por muito que às vezes não faça sentido, prefiro acreditar que és um anjinho, perfeito demais, que partiu porque tinha uma missão mais forte desse lado, do que aqui na terra... Gosto de te imaginar de mão dada com a vóvó quando chega a hora de dormir e imagino-te no resto do tempo a brincar com a Mónica. Sim, tenho a certeza de que ela recebeu-te e orientou-te aí em cima, tal como a mamã dela tem feito aqui em baixo comigo e com a mamã Carina.... Não está a ser fácil lidar com a tua ausência, pequenote.
Nunca me esquecerei de ti, Tiago, serás sempre o meu primeiro sobrinho. Sempre! E quando vires daí do alto desse Céu que a tia está a chorar, não fiques triste, meu anjo... É saudade! Saudade... Muita saudade....

Existem horas para tudo!

Hora do Lusco Fusco....
Hora de agir...
Hora de erguer...
Hora de sorrir...
Hora de amar...
Hora de vibrar...
Hora de sonhar...
Hora de acreditar...
Hora de ser eu, Joana!

Vai embora tristeza! Vai! Não te quero aqui! Este tempo deixa-me melancólica! O sol devia brilhar nos 365 dias do ano (ou 366 se for bisexto)! Não acham?

Anestesiada

Não sei bem que título dar a este post mas, à medida que vá escrevendo, calculo que me surja algo. Este Domingo fui visitar a minha avó. Não fui à casa dela, como antes, tive de visitá-la num emaranhado de campas.
Em vida, principalmente nos últimos tempos, era costume ouvi-la pedir-me a mim e à minha mãe para que quando ela morresse, fossemos lá lavar a campa e pôr umas florzinhas... Pobrezinha. Tantas vezes lhe pedi que não dissesse aquilo, ao mesmo tempo que ouvia a minha mãe a desviar o assunto, dizendo-lhe que talvez não fosse capaz. Queriamos dar-lhe tudo em vida, e demos, porque depois... Depois resumia-se a isto e eu sabia-o. Uma entrada sombria, uma fotografia com um rosto que não me lembro tão bem como antes, um punhado de terra fria e um choro imenso a sufocar a alma. A visita à minha avó foi assim.
A minha mãe chorou aflitivamente e não foi preciso muito tempo para que o meu pai a levasse dali. Eu fiquei para trás uns minutos, gelada. Enquanto olhava no vazio, tudo parecia ter perdido o sentido.... Chorei, fechei os olhos com força e falei com a minha avó baixinho. Disse-lhe que gostava muito dela, que tinha saudades e pedi-lhe que olhasse pelo Tiago. O meu Domingo foi assim...
Caramba! Como eu odeio tudo o que é instituído por datas que não me dizem nada. Não preciso de ir a um sítio para me lembrar seja de quem for! Fazem-me tão mal estes momentos... Hoje sinto-me... anestesiada. É isso! Estou sob o efeito de uma anestesia....