Nostalgia...

Passou um ano. Doze meses vividos intensamente, onde o trabalho árduo de quatro anos de curso acabou por se revelar um grão de areia numa imensidão de aprendizagens que viriam a fazer parte da minha primeira experiência profissional. A 18 de Agosto de 2005, chegava á Rádio Pal uma Joana recém-licenciada, pronta para aprender e descobrir o mundo do trabaho. E descobri, surpreendentemente muito mais do que isso... Tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que não conhecia e a quem devo muito. Pinóia, André, Joaninha,Cláudia, Melissa... Todos vocês contribuiram (e muito) para o meu crescimento profissional e pessoal. Fomos uma equipa de redacção unida e todos, no fundo, aprendemos mutuamente com esta grande experiência. As lágrimas, os risos, as conversas, o stress, o companheirismo, levo-os comigo para outros voos nesta vida do jornalismo. Podem ter a certeza! Além de que sinto que deixei o meu cunho pessoal aqui nesta rádio, mais que não seja pelas magníficas calinadas no trânsito "muitas complicações no sentido coina-foguetão" ou "a associação do deficiente mentol" ou... Enfim não vale a pena, foram tantas! Está quase a acabar, faltam poucos minutos para o meu último noticiário nos 102.2 pal fm. É uma sensação estranha, não escondo. Um misto de nostalgia e tristeza envolto numa felicidade esquisita. Afinal de contas, vou finalmente de férias!! É verdade, há alturas na vida em que temos de ser menos resistentes à mudança e arriscar. A minha mudança é em grande, confesso. Esperam-me muitas novidades, espera-me a concretização de um sonho, espera-me uma vida inteira pela frente.
Prometi a mim mesma que não ía permitir que nada, nem ninguém, me roubasse os sonhos de menina, por isso, vou à luta com um espírito de guerreira que pensava estar perdido mas que encontrei ainda com mais força! Hoje, sinto o meu "eu", aprendi a pensar em mim e encarar a vida com um sorriso, a ser simplesmente feliz!

Quando a morte "bate à porta"

Perder alguém de quem gostamos traz-nos à alma uma dor tão intensa...
Não sei se essa dor consegue ser maior do que a tristeza que invade o meu coração por não ter dito mais vezes um simples e banal “gosto de ti”, “fazes-me falta” ou “és importante para mim”.
Perdi um familiar muito querido este fim de semana. Um domingo de sol, uma ida à praia combinada, e uma notícia que ninguém espera ouvir: Morreu... A ironia destas coisas completa-se quando alguém que andou uma vida inteira na estrada, ao volante de um autocarro, acaba por perder a vida atropelado enquanto andava descontraidamente de bicicleta num pacato domingo de manhã. Um passeio sem retorno, como muitos, e que todos os dias me passam pelas mãos, numa profissão onde as mortes não passam de números. Sou jornalista.
Um rotineiro passeio de bicicleta acabou numa morte estúpida que não traz consolação de espécie alguma, a não ser o facto de pensar no quanto é tímida a linha que nos separa deste mundo e do “outro”. De repente, todas aquelas coisas que me fizeram chorar, parecem agora sem sentido e completamente triviais perante a dor que me invade o corpo, o espírito e a alma. Numa reflexão, que preferia não estar a fazer, ocorre-me dizer que nem as lágrimas que caem por namorados (ou ex-namorados), nem as discussões com pais, um emprego mal pago, ou falta de um trabalho, assumem qualquer importância nesta mistura de alto risco a que chamamos VIDA. E viver é uma dádiva tão intensamente valiosa que nos esquecemos que não sabemos quando vem o fim. E ele vem, mais tarde, mais cedo, seja quando for, mas vem.
Uma espécie de “clik” ocorreu dentro de mim. Mudei. A perspectiva, a maneira de estar, de sentir, de viver...E porque hoje secalhar tenho uma visão diferente deste pequeno mundo, prometi a mim mesma dar valor só a quem realmente me faz sorrir e ter vontade de estar VIVA. Pai, mãe, amigos (e vocês sabem quem são) obrigada por estarem presentes, obrigada por me fazerem ser uma pessoa melhor a cada minuto que passa no relógio da vida. Obrigada.