Finalmente vou...

...de Férias! Férias, vacances, vacaciones, holidays e todas as outras formas de falar destes dias em que é suposto fazer-se muito pouco, produzir-se ainda menos e tentar descontrair ao máximo. É isso que vou tentar fazer. Prometo!
Depois de na última semana ter tido alguns dos momentos mais complicados da minha vida, com a saúde da minha irmã em cheque, sinto-me agora a descomprimir... Não que esteja aliviada a 100% mas pelo menos a 90%, diria que sim. Aguentar mais este embate só foi possível graças às pessoas maravilhosas que estiveram sempre comigo e com a minha mana e que tive a honra de conhecer na melhor associação do mundo - a Artémis - à qual pertenço com um orgulho que me eleva o coração ao estado mais pleno! Ah! É verdade, a minha mana mandou um beijão gigante para todas vocês!!!!!
Vou aproveitar este tempo para relaxar, para fazer umas quantas coisas que andam a fervilhar na minha mente, vou mimar a minha mana, vou namorar, vou matar saudades dos papás, dos amigos e desconfio que vou ter de me mimar a mim própria também, já que ultimamente tenho andado um pouco descuidada com o meu "eu". Tenho muitos planos para o futuro, tenho muita vontade de vencer e de ganhar asas para voar. Sinto que sou uma pessoa melhor (apesar de tudo, carregadinha de defeitos), sinto que o caminho vai ficar mais fácil de percorrer... Sinto. Além disso, as férias servem para recarregar baterias, certo?


Recados: - Este blog também vai de férias por uns tempos... Logicamente!
- S. Pedro, se cair uma pinga de chuva nas minhas férias vais ter de te ver comigo! Exijo uns 40 graus de calor (à sombra!) Obrigada!
- Aviso que me apetece comer uma bola de berlin na praia e...
- Provar aquela água de côco tão na moda, fechar os olhos, e pensar que estou no Brasil
- Vou andar bastante de bicicleta (sim, está relacionado com a bola de berlin... Hihih)
- Ah! E aos senhores mosquitos e donas melgas, um recadito: DEIXEM-ME EM PAZ, OK???

Beijooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooos!

Força...

Nunca acreditei em nada que não fosse terreno ou palpável e, hoje, dou comigo a agarrar-me ao transcendente, ao desconhecido, a alguma coisa que me faça acreditar...
Ninguém consegue viver assim... Queria sorrir com gosto! Queria sentir-me feliz! Já chega, Deus, Ok? Já chega!
Mana querida do meu coração, não te vai acontecer nada... Não vai! Não vai, porque eu não deixo e porque estamos todos a criar uma corrente de energia, aqui em baixo, para ti. Além disso temos um anjo lá em cima, lembras-te?

Estou contigo até ao fim, incondicionalmente, mana. Já te disse que gosto muito de ti? Já? Força!

"Estranha forma de vida", cantava Amália

Hoje, dia 8, do mês 8, de 2008, às 8 horas da manhã sentei-me na minha cama e meditei. Nem sei como fui capaz de o fazer, depois de uma noite inteira sem descansar, abraçada pelo choro que não me deixou dormir nem por um segundo. A minha mãe disse-me que se pedissemos com força todos os nossos desejos, usando a coincidência dos números e o alinhamento dos astros, que eles se realizariam. Começo a achar que muitas coisas em que não acreditava, hoje, fazem-me mais sentido. Funcionam como alternativa, quando o real, o palpável e o racional já não me permitem continuar... Neste momento de meditação só meu, pedi com força. Pedi pelo mundo, pedi pelos que me rodeiam, pedi pela saúde da minha mana, pelo meu sobrinho, pela minha família...Não precisei de concentrar-me em desejos para mim, pois se estes de quem falo estiverem salvaguardados, eu serei feliz...
A médica disse à minha irmã que ela tem algo grave no fígado (não adiantou exactamente o quê), disse-lhe também, embora sem certezas, que não lhe pode garantir que possa haver uma nova gravidez. O problema despoletou durante a gestação do Tiago... Marcou para terça-feira uma conversa com ela para lhe explicar todos os procedimentos e exames que terá de fazer. Não disse nada de concreto mas conseguiu deixar-nos a todos nesta agonia...
Quando falei com a minha mana, notei-lhe nas palavras o medo e, mesmo sem a ver, podia sentir que as lágrimas e o desânimo tomavam conta daquele pobre coração... Tenho fé de que, como em tantos outros casos, não passe de um alarmismo ou de um engano. Talvez alguém devesse dizer à tal médica que quando não há certezas, é bem mais sábio guardar a língua, pois se assim não fosse nascíamos com ela colada na testa e não dentro da boca! Agora estamos assim... Em stand by até terça-feira...
Deixei de me sentir guerreira mas ainda não baixei as armas. Deixei de me sentir Joana mas ainda me chamam pelo nome. Perdi o meu sorriso mas ainda não me conseguiram roubar a alma... Tiago, protege a mamã. Eu sei que não vais permitir que nada nem ninguém nos cause mais dor... Deus, se existes, é agora que Te peço ajuda. Por favor... Sinto a esperança a escapar por entre os dedos... Não nos abandones. Não nos deixes, mais uma vez...

Desabafo...

O amontoar de papéis na secretária e a pilha de artigos por escrever não me têm deixado vir aqui... Tenho andado com muito stress, sinto-me cansada e estou desesperada por férias. Como o João, este ano, só tem direito a dois diazitos, que vai acrescentar ao 15 de Agosto, vou aproveitar o resto das duas semanas a que tenho direito para me dedicar de alma e coração à Associação Artémis, pondo em prática as mil e uma coisas que tenho em mente. Sim, porque férias para mim nunca foram sinónimo de ficar "esparrachada" no sofá o dia todo ou render-me aos prazeres da praia sem produzir coisa alguma... Nem pensar! Nas férias gosto de descansar, é um facto, mas gosto de me dedicar a uma data de coisas para as quais não tenho tempo no resto do ano.
A semana que passou foi um tanto ou quanto desgastante no escritório e, resolvi ir até Tróia passar o fim de semana com os irmãos do João e um casal amigo, e esquecer o mundo. Como já vos tinha dito, o João tem um sobrinho, o Pedro, que fez no mês passado um aninho. Eu e o Pedrusco temos uma cumplicidade muito boa, passo a vida a brincar com ele, tenho por ele um amor incondicional e, inevitavelmente, acabei por depositar nele muito do amor que Deus não permitiu que eu desse ao meu sobrinho Tiago. Muitas vezes brinco com o Pedro e imagino como seria se o Tiago estivesse aqui também.... Ninguém imagina o quanto me destrói a alma... Acontece que, no sábado, tive um ataque de choro descontrolado. Acho que a minha cunhada não se apercebeu mas senti-me terrivelmente mal. Quando fomos para a praia, estavam lá uns colegas dela e do irmão do João, também papás de uma menina com cerca de ano e meio. Inevitavelmente, as conversas andaram à volta de bebés, o dar de mamar, o parto, as fraldas, brincadeiras, primeiras papas, etc... E eu, senti-me terrivelmente revoltada por nunca ter ouvido da minha mana tudo aquilo. O que era normal! As experiências, os medos, as alegrias... De repente começo a chorar com o coração apertado de dor e saudade, ao mesmo tempo que me revoltava com o que ouvia... O João apercebe-se, dá-me a mão, e eu, desajeitadamente consigo não fazer barulho e limpo as lágrimas com violência. Tinha o coração a sangrar naquele momento... Eu sei que não pode ser assim e que as pessoas não têm culpa. Elas não sabem! Não imaginam que a minha mana perdeu um filho quando faltava um dia para nascer, não imaginam que eu choro todas as noites porque o meu sobrinho não está aqui, não sabem... Às vezes acho que nunca mais vou conseguir agir naturalmente ao pé de bebés, grávidas e mamãs... Às vezes sinto que esta carga a que a minha família, e tantas outras, foram sujeitas dilacera aos poucos e corrói como ácido a nossa visão de futuro. Tenho tanto amor para dar e não me deixam dá-lo...
O resultado da autópsia ainda não saiu, antes disso não convém que a minha mana engravide, sinto-me a viver em "rewind" desde o fatidico dia 11 de Abril...
Às vezes sinto-me uma actriz de comédia, obrigada a fazer rir o público, mesmo que se sinta triste, até que as cortinas se fechem...