Não se pode dizer que não esperávamos por ela. Culpo-a apenas pelo "timming" mas, friamente analisando, percebo que o momento certo nunca chegaria. Estava vestida de negro e andava perto, testando e consumindo as tuas forças de ser humano que costumava ter vida. Em tempos. Foi ela que fez com que uma família tivesse de assistir na primeira fila ao definhar da dignidade humana. O amor de filha, de esposo, de genro, das netas e de todos quanto se preocupavam contigo fazia-te continuar. Lembro-me do dia em que me disseste que só querias viver até conhecer o teu bisneto. Não conheceste o Tiago aqui, mas foste para perto dele um mês depois. Hoje, sei que estava destinado que o protegesses. Acredito com toda a força do meu coração que estás melhor aí. Estavas a sofrer tanto... Ganhaste vida de novo, não foi avó? Foi.
Faz hoje um ano que partiste. E eu tenho tantas saudades tuas! Do teu mimo, do teu mau feitio, dos peixinhos da horta, do teu bolo de iogurte, dos presentes que me davas às escondidas do avô, dos teus beijinhos, da tua força, das nossas conversas... Tenho tantas saudades tuas, avózinha.
Tenho pena de não me conseguir lembrar de ti com saúde. Tenho pena de ter gravado em mim a última imagem que tenho de ti, cravada a golpes profundos. Não consegui despedir-me. Mas sabias que te amava e amo muito, não sabias? Lembro-me da tua preocupação por estares a depender dos outros. Quando te mudava a fralda, porque já nem tinhas mão nas tuas necessidades, dizias-me que davas trabalho, que já não fazias nada aqui e que era preferível partires. Eu dizia-te com carinho, que não estava a fazer menos do que algum dia já tinhas feito por mim, pela minha mana... Ficavas envergonhada. No dia da queima das fitas do J. dei-te comer pela útlima vez. Por uma sonda. Depois tive de pôr um sorriso na cara e esquecer o nosso drama. Aquele dia era importante para ele, e tu eras tão importante para mim. Mal sabia que eram os teus últimos fôlegos de vida. A quimioterapia ia tomando conta de ti e eu não podia fazer nada. O "bicho" tinha-te entrado pelo peito e chegou-te às entranhas...
Em cima de toda a dor, coube-me a mim dizer-te que o único fio de vida que te restava, tinha acabado de quebrar-se. Tive de contar-te que o teu bisneto tinha-se transformado em anjo... Doeu ver o teu olhar, avó. Doeu muito... Foste forte, como sempre foste toda a vida. Nesse dia fomos passear... Querias ver o mar, lembras-te? Até sorriste como quem quer sossegar a filha que, naquele momento, teve de deixar de estar ao pé de ti para ser o ombro da própria filha. Foi duro. Tão duro que custa recordar. Dois dias antes "dela" chegar, disseste-me que tinhas pena porque já não me ias ver casar. Encheste-me os olhos com lágrimas. Gostava de ter subido ao altar só para te ver sorrir. Sei que quando esse dia chegar, vais estar lá. Mesmo que eu não te consiga ver.
Hoje recordo-me de todos estes episódios com uma mágoa profunda... Uma tristeza que não me deixa dizer-te as vezes suficientes o quanto eras importante na minha vida.
Um beijo grande para ti, avózinha. Tenho muitas saudades. Muitas...
Faz hoje um ano que partiste. E eu tenho tantas saudades tuas! Do teu mimo, do teu mau feitio, dos peixinhos da horta, do teu bolo de iogurte, dos presentes que me davas às escondidas do avô, dos teus beijinhos, da tua força, das nossas conversas... Tenho tantas saudades tuas, avózinha.
Tenho pena de não me conseguir lembrar de ti com saúde. Tenho pena de ter gravado em mim a última imagem que tenho de ti, cravada a golpes profundos. Não consegui despedir-me. Mas sabias que te amava e amo muito, não sabias? Lembro-me da tua preocupação por estares a depender dos outros. Quando te mudava a fralda, porque já nem tinhas mão nas tuas necessidades, dizias-me que davas trabalho, que já não fazias nada aqui e que era preferível partires. Eu dizia-te com carinho, que não estava a fazer menos do que algum dia já tinhas feito por mim, pela minha mana... Ficavas envergonhada. No dia da queima das fitas do J. dei-te comer pela útlima vez. Por uma sonda. Depois tive de pôr um sorriso na cara e esquecer o nosso drama. Aquele dia era importante para ele, e tu eras tão importante para mim. Mal sabia que eram os teus últimos fôlegos de vida. A quimioterapia ia tomando conta de ti e eu não podia fazer nada. O "bicho" tinha-te entrado pelo peito e chegou-te às entranhas...
Em cima de toda a dor, coube-me a mim dizer-te que o único fio de vida que te restava, tinha acabado de quebrar-se. Tive de contar-te que o teu bisneto tinha-se transformado em anjo... Doeu ver o teu olhar, avó. Doeu muito... Foste forte, como sempre foste toda a vida. Nesse dia fomos passear... Querias ver o mar, lembras-te? Até sorriste como quem quer sossegar a filha que, naquele momento, teve de deixar de estar ao pé de ti para ser o ombro da própria filha. Foi duro. Tão duro que custa recordar. Dois dias antes "dela" chegar, disseste-me que tinhas pena porque já não me ias ver casar. Encheste-me os olhos com lágrimas. Gostava de ter subido ao altar só para te ver sorrir. Sei que quando esse dia chegar, vais estar lá. Mesmo que eu não te consiga ver.
Hoje recordo-me de todos estes episódios com uma mágoa profunda... Uma tristeza que não me deixa dizer-te as vezes suficientes o quanto eras importante na minha vida.
Um beijo grande para ti, avózinha. Tenho muitas saudades. Muitas...
7 comentários:
Um beijinho grande
Obrigada pela força!
Sei que sabes como é bom sentir o quentinho de um abraço nestas alturas nem que seja pela net.
Por isso toma lá também o meu ;)
Bjinhos grandes
Minha querida... perdoa-me...
Perdoa-me por só agora ter visto este teu post... por só agora ter percebido que hoje era um dia triste para ti!
Consigo aproximar-me dessa tua tristeza pois também eu vi partir a minha Avó que tanto amo... sim, amo, pois sei que ela ainda "vive"... amo porque o amor nunca termina, vai além da morte!
Minha querida, como dizes tão bem, a tua avó está perto do Tiago... foi conhece-lo de outra forma, noutro local!
Não tenho qualquer dúvida que a tua Avó fosse uma pessoa especial... afinal toda a tua família é especial.
Um beijo enorme e perdoa-me amiga... perdoa-me por ter falado contigo de coisas fúteis quando hoje é um dia especial.
Beijo grande *
Joana, tu tens um dom maravilhoso, o dom da palavra. Elas entram no nosso coração de uma forma tão intensa! É dificil perder alguém tão especial, mas muitas vezes penso nós perdemos mas os nossos anjos ganharam. Ganharam alguém que os está a proteger e assim como a tua avó brincou contigo em criança, hoje está lá em cima a brincar com o Tiago.Um beijo muito grande para ti querida.
Lili
Amiga....
Quero deixar-te um gd beijo cheio de forças
Nem sei que sera de mim qd a minha avozinha partir...
Espero que demore ainda muitos e muitos anos....
bj gd linda
Desde el blog en apoyo al “Premio Maria Amelia López Soliño” a la mejor bitácora escrita por una persona de la tercera edad, te agradecemos el cariñoso comentario de condolencia dejado en su blog y te animamos a estimular a los más mayores a seguir su ejemplo.
Lamentamos no hablar portugués!
Un saludo afectuoso.
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