O que queres ser quando fores grande, filha? Jornalista, pai! Vou ser jornalista!

É com alguma serenidade que escrevo estas palavras... Quando era pequenita, os meus sonhos já eram de gente crescida. Sonhava que quando fosse "grande" queria ser jornalista! Na altura a minha ingenuidade fazia-me crer que este mundo era cheio de magia, agora percebo que não era bem assim... Vai-se lá perceber a mente de uma criança! A verdade é que acabei por sê-lo.
Sempre fui aquela típica boa aluna (que nunca estudava mas que tinha a habilidade de tirar notas altas), nunca fui envergonhada, adorava conversar e meter-me com toda a gente, na escola todos sabiam quem eu era, andava sempre a rir, tinha um montão de amigos, tinha os meus namoricos... Era feliz!
Por volta dos meus 16 anos, quando começou a chegar a altura de decidir o que realmente queria ser no futuro, assolaram-me algumas dúvidas. Estava indecisa entre direito e comunicação social, a minha mãe achava que eu devia ser enfermeira, o meu pai dizia-me que independentemente da minha escolha ia-me apoiar sempre, a minha irmã dizia-me que se era o que gostava que seguisse e eu... Desesperava! Resolvi fazer os tão conhecidos testes psicotécnicos, certa de que me iriam ajudar a resolver esta minha questão existencial e apontar-me a luz! Pois bem, o resultado dos tais testes acabou por ser, no mínimo, genial! "Joana, tu devias ir para artes!", disse-me a psicóloga orgulhosa do seu trabalho. Parece que estou a vê-la a dizer aquilo... E eu, com uma vontade hilariante de rir! Sim, porque eu nunca fui capaz de fazer nenhum trabalho manual digno de registo, os meus professores de EVT não sabiam o que fazer comigo tal não era a falta de jeitinho, nem um reles quadro em ponto cruz fui capaz de fazer na vida e a minha mãe (coitadinha) tinha acessos de loucura com os presentes que eu fazia para ela na escola!
A propósito destes presentes... ainda me lembro de fazer a birra da minha vida - na escola primária - porque no dia da mãe tinha feito um pregador com uma massa em forma de laçarote, pintei-o artisticamente com tinta prateada e bolinhas vermelhas e não entendia porque é que a minha mãe nunca o tinha usado!!!! Ahahah... Ela, carinhosamente, dizia-me: "Oh filha não vês que não fica bem com nenhuma roupa? Mas a mãe gosta muito, está aqui na caixinha das jóias, vês?" E eu, numa tristeza imensa a sentir-me a artista mais infeliz do mundo! Hehe...
Pois bem, hoje vejo que a psicóloga da escola não se tinha enganado assim tanto. É que da maneira como este país vai caminhando e com a penumbra em que mergulhou o jornalismo, realmente só uma ARTISTA como eu é que se vai aguentando nesta profissão...
A verdade é que aos 18 anos entrei toda orgulhosa para a Faculdade, ou melhor, para a Escola Superior de Comunicação Social! Também aqui há uma curiosidade (até porque na minha vida nunca tive facilidades e o início do meu curso também não foi excepção). Graças a um examinador "filho da mãe mal amado" que corrigiu o meu exame nacional de história, e que resolveu cortar 5, 8 valores numa pergunta de desenvolvimento (por eu ter passado meia palavra da margem), fui obrigada a não ter férias nesse ano e a fazer de novo as específicas em Setembro para entrar no curso que queria e na escola que queria! Só ia concorrer na 2ª fase e haviam só 2 vagas. Eu estudei, sabia que ia ser difícil entrar, a média era alta mas eu era mais forte do que todas as contrariedades! Tirei 17,5 no exame de história, voltei a candidatar-me e, cheia de convicção, disse para o meu pai: "Existem 2 vagas e uma vai ser minha!" E foi mesmo! Na altura, algumas pessoas ainda me disseram: "Ah pois, tiveste sorte!" SORTEEEEE?! Então e a minha dedicação? E as horas de estudo? E o meu verão passado em casa agarrada aos livros? SORTE!!! Deixa-me rir... Mérito! Mérito meu e só meu! Lá entrei eu, orgulhosa de mim com média de 16.5 valores e para o meu curso de jornalismo! Fiz o curso nos 4 anos devidos, esforcei-me e, apesar de todas as dificuldades, até tenho razões para me orgulhar da minha caminhada profissional ao longo deste três anos de "licenciada".
Acontece que estou farta do meu trabalho, da minha empresa, do meu patrão... Mas não estou decepcionada com a minha escolha! Acredito que ainda vou ser muito feliz a fazer o que mais gosto: Jornalismo! Acredito que a minha oportunidade vai chegar! E sabem que mais? Quando chegar, eu vou agarrá-la com unhas e dentes e mostrar toda a minha garra! Estou a precisar de um novo desafio profissional na minha vida! Preciso de sentir-me valorizada! Preciso de estimular o meu lado intelectual! Preciso de voar mais alto! Não vou cruzar os braços! Vou à luta! Todos os dias da minha vida, sem excepção! Vou e hei-de conseguir! Ahahah...Ou não me chamo Joana!

1 comentários:

Dick Head disse...

E ao teu post um brilhante "Hi5"
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