Corro o sério risco de me repetir mas a verdade é que escrever acalma-me! Mesmo quando não sabemos o que escrever (é o caso de hoje), o bater do teclado sossega a minha alma. Escrever por escrever, sem nada importante para ser dito, também tem os seus benefícios. Vejamos, hoje acordei e depois de ter trocado de roupa três vezes, já que o tempo anda como eu - num estado indefinido- lá me decidi e trouxe uma camisola de manga curta. Má aposta! Não só está frio, como já choveu!
Passemos a parte da indumentária e peço agora que se juntem ao coro da indignação. Quantos não tiveram vontade de dar uns belos de uns sopapos aos arrumadores de carros? Vá lá, sejam sinceros... Hoje tive um desses acessos de loucura e passou por mim uma vontade tremenda de dar um sermão a um desses "droguinhas", só pela lata inquestionável de me ter pedido a já célebre moedinha, quando nem sequer se dignou a fazer o inútil gesto, conhecido de todos, de apontar com o braço para alguma vaga da Nossa Senhora do Estacionamento! Fui eu que vi o lugar! Fui eu que fiz a manobra! Sou eu que mereço a moedinha! Obviamente, não lhe dei dinheiro nenhum! E fiz mais! Avisei o "trabalhador" de que conhecia muito bem todos os riscos e mossas do meu carro e, que se alguma coisa lhe acontecesse, que sabia bem onde o encontrar! Desculpem, mas isto enerva-me!
Depois de tal aventura, chego ao escritório e deparo-me com um e-mail onde pedem efusivamente a minha assinatura na petição on-line contra o novo acordo ortográfico! Ora, pensem lá comigo... Quem nos vai ensinar a escrever de novo? Sim, porque com a quantidade de alterações inimagináveis que querem que a língua de Camões sofra, acredito que esta bela figura da nossa cultura até voltasse a ver do malogrado olho, só para se insurgir contra tal atentado! Assinei. E até faço mais! Vou divulgar a legítima petição por toda a minha carteira de conhecimentos! Que pouca vergonha!
Posto isto, apercebo-me de que é quase uma da tarde e que ainda não consegui escrever a minha reportagem. Depois destes desabafos, é provável que a minha veia de inspiração se tenha aprumado. Assim espero.
Todos me confessam que sou demasiado reivindicativa e sabem o que vos digo? Hoje, tenho a certeza de que se tivesse nascido lá para os meados dos anos 60, provavelmente teria sido presa pela PIDE! Hoje, não temos a polícia política do Estado mas temos outras instituições que nos privam da liberdade, mais do que não seja, a liberdade da alma! Não deixarei... Vou continuar a escrever! E em bom português!
É verdade, agora o Sol já brilha. Apraz-me dizer que por vezes as decisões que julgamos erradas, têm muitas vezes um rasgo de certeza :)
Uff...
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