Não conheço a dor de perder um filho... Conheço a dor de ter perdido um sobrinho. O Tiago cresceu na barriga da minha irmã durante quase 9 meses mas não conheceu o nosso mundo, contra todas as expectativas e sonhos que durante este período alimentaram o sorriso da minha família. O Tiago entrou para os números das negras estatísticas da perda gestacional, que afecta milhares de mulheres em todo o mundo mas, acreditem, não será apenas mais um! Não será porque eu não vou deixar que o seja!
É com alguma serenidade que vos escrevo estas palavras, pois o tempo tem tratado de aligeirar esta dor corrosiva e impiedosa que tomou conta do meu coração. Hoje, sinto-me uma menina-mulher que cresceu aos trambolhões nestes últimos meses, ao mesmo tempo que sinto que amadureci o suficiente para não deixar que as minhas convicções sejam abaladas pelos obstáculos desta vida. Vou ultrapassá-los todos, um por um, como uma guerreira!
Hoje, é um dia especial na minha vida como menina-mulher e como jornalista. Hoje, foi publicado um artigo escrito por mim no Semanário SEXTA, encontra-se no suplemento Mulher e chama-se "a dor de perder um filho". Foi um desafio pessoal e, confesso, emocionalmente devastador mas acredito que a mensagem vai tocar todas as pessoas... É com um enorme orgulho na alma que tenho a honra de fazer parte da Associação Artémis, que tanto me tem ajudado a mim e à minha família a perceber este mundo da perda com coragem, determinação e esperança! Neste cantinho, acreditamos ser possível sonhar de novo. Neste cantinho tive o privilégio de conhecer algumas das Mulheres mais fantásticas, que abraçam esta causa como se de um filho se tratasse, que nos tratam com um carinho e uma compreensão que julguei não ser possível encontrar...
É com o coração aberto que dedico as minhas palavras a todas as mamãs (e papás) que viram os seus bebés partir mesmo antes de lhes poderem pegar no colo e dizer-lhes o quanto o amavam, é à minha mana que dedico todo o meu amor e é como uma homenagem ao meu anjinho Tiago que espero que as minhas palavras voem do papel para os ouvidos de todos os que nos podem ajudar a quebrar barreiras. Sei que neste momento o Tiago olha-me lá do alto e diz com orgulho "Obrigado, tia".
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